Uso excessivo de telas no ambiente de trabalho levanta novas preocupações com a saúde ocular

O Dia da Saúde Ocular destaca a importância dos cuidados com a visão e ressalta os cuidados no uso de telas

Por Victor Silva e Heloisa Lima

A saúde ocular é crucial no ambiente de trabalho – Foto: Reprodução/Freepik

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que no Brasil existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual. No mundo, são mais de 2 bilhões que sofrem dos mesmos males, dos quais 1 bilhão são deficiências que não foram tratadas ou poderiam ser evitadas. Devido a esses casos que não são devidamente tratados, o dia 10 de julho é dedicado à atenção da saúde ocular. 

Em função da pandemia e o aumento dos trabalhos home office, a incidência de problemas de visão como ressecamento ocular crônico, que causa irritação, ardência, sensação de areia nos olhos e vermelhidão persistente ocorrem. 

Embora as pesquisas ainda estejam em andamento e não haja uma conclusão definitiva, há estudos — como indicado pelo Ministério Público da União — sugerindo que a exposição crônica à luz azul de alta energia pode potencialmente aumentar o risco de Degeneração Macular, uma doença que afeta a área central da retina e pode levar à perda de visão.

Nos últimos anos, soluções para o problema começaram a surgir, entre elas, o uso de óculos com lentes de proteção contra a luz azul emitida pelos aparelhos como computadores, tablets e smartphones. Em entrevista, Mariana Zito afirma que no seu emprego anterior, ficou um período de home office durante a pandemia. 

Segundo ela, seu maior sofrimento foi com a ergonomia inapropriada do seu espaço de trabalho. “Tive inchaço nas pernas, por conta de problemas de circulação, e tendinite nos pulsos e braços”, relembra. “Na ocasião, eu mesma tive que adquirir melhores meios de trabalhar de casa porque o home office não era a política oficial da empresa e seria temporário”, completa Mariana. Pela sua experiência, afirma que não acredita que esses equipamentos sejam acessíveis, seja por conta do preço de uma lente de óculos de proteção ou pelo valor elevado de uma boa cadeira de escritório. “Mas infelizmente, pelo meu próprio bem, tive que arcar com esses custos”, conclui.

Além disso, os próprios aparelhos eletrônicos começaram a ter, em sua configuração, alterações na tela, como o filtro de luz azul, que deixa a tela mais amarelada. Essa configuração tem como objetivo proporcionar maior conforto visual ao usuário e, dessa forma, promove a saúde ocular e melhora a qualidade do sono. Entretanto, essas alterações que oferecem proteção e minimizam os desconfortos não são uma “cura” ou blindagem absoluta. Elas consistem em uma medida auxiliar, especialmente quando combinadas com pausas e ambiente adequado.

É crucial ressaltar que qualquer sintoma persistente ou preocupação com a visão deve ser avaliado por um oftalmologista. Somente um profissional poderá realizar um exame completo, diagnosticar a condição corretamente e indicar o tratamento mais adequado para o caso específico. A automedicação ou o uso de colírios sem orientação podem mascarar problemas sérios ou até agravar a situação.