Naná Silva: a nova estrela do tênis jovem brasileiro

Tenista da comunidade Real Parque se torna a brasileira mais jovem no ranking da WTA e começa a trilhar caminho no circuito juvenil internacional

Por Marcella Zwicker e Matheus Andriani

Foto: Rede Tênis Brasil/Reprodução

Nauhany Silva, conhecida como Naná, entrou para a história como a brasileira mais jovem a integrar o ranking da principal entidade do tênis feminino mundial, a WTA. Moradora da comunidade Real Parque, na zona sul de São Paulo, a jovem de catorze anos iniciou sua trajetória no esporte ainda na infância. 

Naná teve os primeiros contatos com o tênis em espaços improvisados,  aos dois anos de idade, seu pai, Paulinho Silva, já a ensinava a bater em bexigas dentro de casa, usando a raquete como brinquedo. Sem acesso a quadras formais, pai e filha precisaram encontrar alternativas. Qualquer espaço aberto, como o gramado de uma praça ou o asfalto da rua, virava lugar de treino. Por diversas vezes, a rede era improvisada com uma fita esticada entre árvores. Em dias mais difíceis, até chinelos serviam para marcar a área da quadra.

Desde muito cedo, a rotina era marcada pela disciplina: acordar cedo, estudar, treinar, sempre com uma conduta rígida, como o “pacto” com o pai de nunca jogar a raquete no chão.

A jovem conquistou apoio da empresa Rede Tênis Brasil (RTB) em 2022 e, dessa forma, ganhou estrutura profissional: treinadores, psicólogos, preparadores físicos e um plano de desenvolvimento de longo prazo. Mesmo com apenas catorze anos, ela divide os dias entre treinos intensos e o ensino remoto.

O reconhecimento profissional

Sua entrada no ranking profissional da WTA, na 1.291ª posição, veio após participações em torneios ITF realizados no interior de São Paulo. Em um deles, ela venceu uma adversária 11 anos mais velha, em uma virada emocionante, e somou os seis pontos necessários para integrar oficialmente a lista das profissionais.

A tenista ganhou reconhecimento nacional após entrada no ranking – Foto: Rede Tênis Brasil/Reprodução

Com um saque que já alcançou 189 km/h, Naná vem chamando atenção por sua potência física e mental. Em abril, ela já havia garantido vaga no juvenil de Roland Garros ao vencer o Roland Garros Junior Series, em São Paulo, uma amostra precoce de sua presença internacional.

Para Mariana Alencar, admiradora do esporte, a tenista representa uma potência para o futuro do tênis: “Vir de onde ela veio e ocupar esses espaços de importância é algo grande. Ela com certeza já inspira muitas outras meninas como ela”