CEU democratiza acesso ao esporte em São Paulo

Programa público permite acessibilidade e transformação de vidas por meio de esportes

Por Ana Luisa Benedito, Eduardo Granado e Gabriela César

Foto: Gabriela César/Central Periférica
Foto: Gabriela César/Central Periférica

Os CEUs – Centros Educacionais Unificados – além de educação também promovem o bem estar e lazer da população de forma gratuita. De acordo com Thamiris Preto, gerente do CEU Carrão, o alinhamento do CEU com as políticas públicas tornou o espaço um importante núcleo de inclusão e diversidade nas periferias. Esses locais reúnem indivíduos de todas as idades e classes sociais e têm ampliado a saúde física e mental dos cidadãos, sobretudo por meio dos esportes. 

Os CEUs são ambientes que integram educação, cultura, esporte e tecnologia para a população de forma gratuita. A prefeitura de São Paulo atualmente conta com 58 unidades, localizadas em áreas da cidade com altos índices de vulnerabilidade social e atendem mais de 120 mil alunos. 

Viviane Lima, coordenadora do Núcleo de Cultura do CEU Jambeiro, na região de Guaianases,  considera o centro como um grande engajador de cultura e esportes. Segundo ela, mesmo com a programação artística diversificada, o esporte ainda tem mais procura por alunos. “O CEU trouxe um grande ganho para a comunidade”, declara Viviane.

Outro forte apelo dos CEUs, além da gratuidade, está no senso de comunidade e aceitação. Thamiris ainda conta que a política de inclusão total também tem contribuído para a construção desse espaço democrático. “A interação do público com o CEU é o que faz ele funcionar.”

Foto: Gabriela César/Central Periférica
Foto: Gabriela César/Central Periférica

Ao longo dos anos, o CEU Carrão firmou diversas parcerias. Destaca-se a com o Comitê Paralímpico Brasileiro, que permitiu a introdução de mais de 300 pessoas com deficiência ao esporte paralímpico. Além do mais, houve um intercâmbio de conhecimento e treinamento, com professores e alunos participando ativamente. 

São os casos de Mike de Souza e Gabriel Oliveira, professores do CEU Carrão que tiveram suas primeiras práticas com atletas paralímpicos.  Essas experiências concederam um conhecimento mútuo entre professores e alunos, e um sentimento de gratidão e acolhimento, conforme disse Mike.

Os professores dão aulas de diversas atividades, desde vôlei, futsal, badminton até ioga. Por fim, são eles que proporcionam a participação dos alunos em campeonatos das várias modalidades praticadas no CEU, como os Jogos Municipais da Pessoa Idosa (JOMI) e o campeonato entre os CEUs (InterCEU).

CEU pelos olhos de aluna

A enfermeira e massoterapeuta Inês Bueno, aluna do CEU Carrão, foi levada à instituição por meio de seu filho. Ele não permaneceu frequentando as aulas, mas Inês acabou se identificando tanto com o local que manteve seu comparecimento nos cursos.

Hoje, ela pratica natação, karatê e modalidades de dança nos espaços esportivos do CEU Carrão. Já foi a campeonatos de karatê e taekwondo, incentivada pelos professores. “O que eu tenho hoje aqui, talvez, eu não teria no privado”, afirma Inês.

Foto: Gabriela César/Central Periférica
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